
6º Prêmio Objeto Brasileiro
A partir do dia 29 de novembro, A CASA museu do objeto brasileiro apresenta a exposição com os vencedores e participantes do 6º Prêmio Objeto Brasileiro que, desde 2008, premia o melhor da produção artesanal contemporânea e do design brasileiros.
Mais do que um abrangente concurso organizado por uma instituição pioneira e atuante no setor, o Prêmio é um acontecimento bienal e permanente que mobiliza e estimula recursos criativos, a troca de ideias e novos contatos. Dividido nas categorias Autoral, Coletiva e Socioambiental, os ganhadores recebem uma bonificação e participam da exposição comemorativa, auxiliando na divulgação de novos e consagrados artesãos, designers, cooperativas ou comunidades de artesanato.
“Somos um país com uma riqueza cultural e criativa imensa que tem se mostrado em todas as edições do Prêmio. Todos os anos, temos a felicidade de obter inscrições de objetos produzidos a partir dos mais diversos materiais”.
Afirma Renata Mellão, diretora geral da instituição
Neste ano foram mais de 200 inscritos, dos quais 27 foram selecionados para compor a exposição. O júri formado por Giorgio Giorgi, Ricardo Gomes Lima e Simone Quintas teve a chance de analisar os objetos, avaliando aspectos importantes como qualidade técnica, beleza, viabilidade de comercialização, criatividade, entre outros.
O primeiro lugar na categoria de Produção Autoral ficou para a Coleção Ápice, composta por objetos de madeira para uso íntimo. A coleção busca fazer com que a sexualidade feminina deixe de ser um tabu, onde todos os objetos de prazer costumam estar escondidos em gavetas. O Ápice, ao se colocar como um objeto de prazer estético, procura naturalizar a questão do prazer feminino.
A escolha pela madeira é uma forma de fugir da lógica industrial da produção em massa de objetos de plástico. Seu desenho é elaborado de forma intuitiva fugindo do padrão do falo masculino. O projeto é de autoria de Taygoara Schiavinoto e Guga Szabson, de São Paulo, SP.
Já na categoria de Produção Coletiva, o destaque vai para o Pano Alagonano Guerreiro, jogo americano de renda filé para compor a mesa, feito à mão com linha de algodão colorida. Genuinamente alagoano, o objeto tem um design triangular dobrável e é denominado “guerreiro” em homenagem à manifestação folclórica do estado composta por cantorias, danças e vestimentas coloridas. A autoria é da Cooperativa das Artesãs de Barra Nova, em Marechal Deodoro, AL.
Em Ação socioambiental, a Coleção Outsider, projeto de alunos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) foi o escolhido pelo júri. Inspirada no trabalho motivacional de Torquato Neto, a coleção faz um paralelo entre a poesia manifesto e a moda cíclica como resistência. Dentro da realidade de Teresina, PI, onde quase não há indústrias têxteis que trabalhem com a construção de tecidos sustentáveis, foram reutilizadas garrafas PET – em sua propriedade original – como base para a confecção de uma renda, sendo retiradas 253 unidades da natureza. Abordando o conceito do upcycling, nesse processo deram um novo uso e sentido a algo que seria descartado. Essas garrafas ganharam formas orgânicas e aleatórias. Desenvolvida com linha de algodão egípcio e de algodão mercerizado, ganham resistência e longevidade.
A renda da coleção foi produzida por artesãs da cidade de Teresina, Piauí, que teceram de forma manual e sobre uma modelagem desenvolvida pelos alunos do curso de Design e Estilismo da UFPI.
Luminárias, série de biojoias, bolsas, banco infantil, coleção decorativa em cerâmica, poltrona, coleções de moda, entre outros objetos entram na exposição deste ano. Materiais como madeira, papel, vidro, acrílico, algodão, fibra de bananeira, sementes, cerâmica e até mesmo a impressão 3D foram alguns dos suportes utilizados para confecção dos objetos selecionados. As técnicas também variam bastante. Há crochê, trançados, peças moldadas, entre outras.
Buscando compreender a perfeita união entre artesanato e design, o Prêmio Objeto Brasileiro reverencia a importância do artesanato contemporâneo. “O que buscamos é tê-lo como um elemento digno de reconhecimento, é apresentar trabalhos belos, que utilizam técnicas interessantes e que valorizem a cultura brasileira”, revela.
Dentre os objetos selecionados, apenas seis são premiados com um valor em dinheiro, sendo os dois primeiros lugares em cada categoria. A exposição permanece até 18 de janeiro de 2019.
Produção Autoral: Coleção Ápice
1º LUGAR
Guga Szabzon e Taygoara Schiavinoto|Coleção Ápice
2º LUGAR
Alexander Uribe| Animales do Cerrado
MENÇÃO HONROSA
1. Gersica Araújo|Coleção Bananeira
2. Maria Fernanda Paes de Barros | Luminária NI de Mesa
3. Andréa Feijó | Série Mangue
4. Renata Meirelles | Coleção 3D – Destaque especial do Júri
Produção Coletiva: Pano Alagoano Guerreiro
1º LUGAR
Cooperativa das Artesãs de Barra Nova – Marechal Deodoro|Pano Alagoano Gurreiro
2º LUGAR
Antônio Castro e as Bordadeiras de Entremontes|Bolsa Lourdes
MENÇÃO HONROSA
1. Coleção Macela | Associação Pampa Caverá
Ação socioambiental: Coleção Outsider
1º LUGAR
Grupo de Alunos de Design da Universidade Federal do Piauí|Coleção Outsider
2º LUGAR
Talmo Vaz e ACCBT|Sobretudo Bordado