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duas crônicas

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A designer Maria Fernanda Paes de Barros e o fotógrafo Marcelo Oséas se encontram em um trabalho que homenageia as raízes indígenas do Brasil. 

O Museu A CASA do Objeto Brasileiro recebe o trabalho da artista Maria Fernanda Paes de Barros e do fotógrafo autoral Marcelo Oséas, que juntos criaram a exposição Duas Crônicas. Nela, o trabalho dos dois se une a partir de uma conexão comum: sua proximidade com duas etnias indígenas distintas – Munduruku e Borari. O resultado do projeto contribui para o reconhecimento, valorização e desenvolvimento da produção artesanal dessas comunidades. 

 

Tudo começou com a exposição independente feita por Marcelo Oséas, chamada Uma Crônica Munduruku. Em março de 2019, o fotógrafo lançou a série, que é fruto de uma imersão na etnia amazônica que reside no baixo Tapajós. 

As imagens do dia a dia refletem o desejo da comunidade de preservar suas raízes no cotidiano, mesmo com pressões externas impostas pelo mercado de turismo e por empreendimentos na região. Depois de um ano de vivência com a aldeia Munduruku, Marcelo produziu os retratos. Todo o trabalho teve a participação da comunidade, que se envolveu em todos os processos, desde  a seleção até a construção das fotografias.

Somando às fotografias de Marcelo, Maria Fernanda apresenta Kwasáwa | Borari, propondo o resgate da ancestralidade indígena de um grupo de artesãs, no Pará, através da cerâmica e da palha. Durante o desenvolvimento de um projeto na comunidade ribeirinha de Urucureá, a designer foi surpreendida pelas poucas informações que as artesãs possuíam sobre seus ancestrais e sobre a origem da técnica do trançado de palha que utilizam no seu trabalho. 

 

Essa ausência de conhecimento pode ser fruto de anos de intimidação sofridos pelos indígenas da região, ou pelo fato de ter sido necessário escolher entre ser reconhecido como indígena ou como população tradicional ribeirinha durante a demarcação de terras na região, uma vez que cada opção dava direitos diferentes a seus integrantes. 

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O trabalho desenvolvido por Maria Fernanda recupera um pouco da história e dos saberes ancestrais da comunidade por meio da cerâmica, artesanato tradicional da etnia Borari, quase inexistente nos dias de hoje. O resultado disso foi a releitura na palha das formas moldadas no barro. Cada peça tem um formato e cada artesã produziu um objeto, numa forma de homenagem à etnia Borari. O nome do projeto da designer, Kwasáwa, significa “conhecimento” na língua indígena Nheengatu.

Os dois trabalhos distintos, mas com diversas intersecções, dão vida à exposição Duas Crônicas. Serão expostas 10 fotografias colorizadas manualmente pelo fotógrafo Marcelo Oséas e sete pares de vasos, panelas Borari e cestos produzidos pela comunidade de Urucureá. 

 

Todas as peças estarão à venda e parte da renda será revertida para dar continuidade à construção da Escola de Cultura e Medicina Munduruku, que deve transmitir os valores tradicionais e fortalecer a preservação da Floresta Nacional do Tapajós no futuro. O dinheiro arrecadado também deve viabilizar a montagem de parte desta exposição na cidade de Alter do Chão, para que as artesãs possam ver o resultado do próprio trabalho, fortalecendo ainda mais o contato com suas origens e tradições.

Visitação

DE 01 A 18 DE OUTUBRO DE 2019

Espaço expositivo Museu A CASA

Av. Pedroso de Morais, 1216, Pinheiros • São Paulo, SP

De terça a domingo, das 10h às 18h30

Entrada gratuita

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